Quando a gente não tem uma pequena almofada de veludo para acomodar nela todos os sentimentos que julgamos ser bons, o "o melhor de nós" , aquele brinquedinho que é tão brilhante que a gente esconde de quase todo mundo, porque é bonito demais, a gente acaba levando tudo na mão, dentro de um saquinho de pano ou de um recipiente qualquer. O tempo passa, tu enches o saco de ficar segurando aquilo, quase se esquece do quão é bonito aquele brinquedinho e chega até a esquecê-lo de vez. Tu esqueces porque não abres esse saquinho há tanto tempoque acabas por esquecer completamente do que há lá dentro. São muitas distrações...
Tu começas a deixar ele no chão. Em qualquer canto, em qualquer lugar. Tu perdes até que encontras sem querer, no meio das tuas roupas. aí tu o perdes de novo. Tu esqueces que um dia teve esse brinquedinho, esquece a serventia dele. Aí sim...
Aí chega o ALGUÉM. Nada nesse mundo te faria acreditar que existiria alguém assim, tão...tão...bom. Tu vais ao cinema, ver um filme qualquer junto dessa pessoa, um almodófar da vida que seja. Tudo se torna tão especial, fica tão cheio de significativos que vc se entusiasma : "Eu te daria mundo agora, se eu pudesse." "Não precisa me dar o mundo, me dá qualquer coisinha brilhante, um brinquedinho."
Tu tateias os bolsos, moedas, palhetas, notas fiscais, preservativos e cartões de visita. Tu perdeste o brinquedinho. Não adianta procurar, também, esse é o tipo de coisa que quando a gente encontra, a gente não devolve. Não tem dono, não tem nada escrito. Faz parte do mundo. Faz parte do mundo e tem um pouco do melhor que há em nós, e brilha !!
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